De acordo com a Wikipedia, morcheeba significa the way of marijuana; eu já conhecia a expressão cheeba cheeba, que se refere à erva do capeta e foi uma gíria muito usada pelos hippies, mas nunca com esse ‘mor’ aí na frente... Seja lá o que for, o nome cai como uma luva para o som da banda. Ooopss... Peraí, peraí!!... A parada é um pouco mais complexa do que isso, porque não é, na realidade, uma banda assim como estamos acostumados.
O Morcheeba foi formado na Inglaterra pelos irmãos Paul e Ross Godfrey depois que eles conheceram a cantora Skye Edwards numa festa regada a muita... Você sabe o quê, hehehe... Paul é DJ e baterista e Ross um multi-instrumentista que nos mostra em seus discos um jeito bem pessoal e preguiçoso de tocar guitarra, com solos e ‘comentários’ muito bem colocados e de extremo bom gosto. Ambos já vinham tendo a idéia de formar uma banda ou coisa que o valha, mas nunca se contentavam com os e as vocalistas com que trabalhavam. Até conhecerem Skye. A menina é dona de um timbre daqueles que gostaríamos de ficar ouvindo por dias e dias sem parar, só acendendo um na ponta do outro; e ela canta macio, gostoso, num clima tão preguiçoso quanto a música que fazem em geral.
Logo no início, com o disco ‘Who Can You Trust?’, lançado em 1996, já fizeram um tremendo sucesso com o single de ‘Trigger Hippie’, que tocou à exaustão mundo afora. Esse disco logo foi catalogado junto com a ‘onda’ trip hop que vinha ganhando fama à época, mas ao passo que o som de bandas como Portishead e Massive Attack eram mais deprê (ou o que eu chamo de bad-trip hop), o som do Morcheeba tinha algo mais ensolarado, com os pés no pop e a cabeça na Jamaica.
Como trip hop é só mais um rótulo mesmo, os malucos logo começaram um processo pra se livrarem dele; o que foi feito através da inclusão das mais diversas influências da música mundial, o que, ao invés de descaracterizar o som da banda, os fez seguir um caminho único, passeando na fronteira entre o tal trip hop e o pop da mais alta qualidade (seria um trip pop??), com elementos de reggae e dub, orquestrações, rap... O resultado foi o magnífico disco ‘Big Calm’, de 1998, que os fez estourar de vez em todo o mundo.
Mas a realidade é que o sucesso, ainda mais um assim, meio que súbito e estrondoso, nem sempre faz muito bem aos artistas... Depois de uma turnê desgastante, e tendo que cumprir contrato, foi lançado em 2000 ‘Fragments Of Freedom’, que, mesmo longe de ser ruim, ficou aquém daquilo que muitos esperavam deles musicalmente. Mas isso também é uma opinião minha, pessoal, porque esse disco também vendeu muuuuito e rendeu um mega hit (que, se não me engano, até tocou numa novela dessas da Globo) a música ‘Rome Wasn’t Built In A Day’ – que foi a que alcançou as mais altas posições nos charts em toda a carreira do Morcheeba. Apesar disso tudo, a banda já começava a ruir. Depois do lançamento de ‘Charango’ em 2002 (que teve uma vendagem bem abaixo do esperado), os irmãos Godfrey, os donos do Morcheeba (que como eu disse lá em cima, não é exatamente uma banda...), simplesmente deram o bilhete azul pra Skye. Ninguém diz explicitamente, mas isso tudo tem um forte cheiro de ciumeira das brabas, porque era ela quem recebia a maior parte das atenções do público e da imprensa. Então lá se foi a menina tentar carreira solo - depois de umas boas férias ela acabou lançando um disco muito bom, em 2006, (diga-se de passagem, melhor que o do Morcheeba sem ela...) chamado ‘Mind How You Go’.
Voltando aos chapados Godfrey... Eles tinham que cumprir seus contratos, então chamaram a cantora Daisy Martey (da obscura banda Noonday Underground) para a vaga deixada por Edwards, mas logo depois de terminadas as gravações de ‘The Antidote’ os malucos a mandaram embora, sendo substituída, ao vivo, por Jody Sternberg. Foi nessa turnê que eles tomaram a decisão de que o Morcheeba não teria mais uma vocalista fixa e resolveram, também, experimentar vocais masculinos. Assim, desta forma, foi gerado ‘Dive Deep’, de 2008, o último lançamento deles até agora, que conta com os vocais de Judy Tzuke, Thomas Dybdahl, Cool Calm Pete, Bradley Burgess e Manda, sendo que esta última é quem acompanha a banda ao vivo atualmente. Vale dizer também que desde o início eles sempre contaram com vários músicos contratados e muitos convidados em seus discos.
Estou disponibilizando aqui os seis discos do Morcheeba, sendo que os cinco primeiros com encartes completos. A meu ver, os dois primeiros discos são daquele tipo essencial em qualquer discoteca que se preza, o que não quer dizer que os outros sejam ruins, longe disso, é que 'Who Can You Trust?’ e ‘Big Calm’ são mesmo discos muito especiais. Além disso, incluí um extra com três faixas: a maravilhosa versão de ‘Summertime’ (com Hubert Laws na flauta), que faz parte do disco 'Red Hot + Rhapsody', que já foi postado aqui no Pântano, mais ‘What's Your Name?’ e ‘Cant Stand It’, que fazem parte da coletânea ‘Parts Of The Process’.
Agora só falta o seu comentário e como diria meu irmãoSinho Edson D’Aquino: ‘vamu fazê fumaça!!’ rsrsrs
Divirtam-se sem moderação.
Wikipedia
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